terça-feira, 21 de janeiro de 2014



Um chá de ternura
"O que faz doer à alma é viver das sobras do tempo, restos de carinho e retalhos de atenção." 
Marcio Kühne
É UMA avó que conta que, certo dia, sua filha lhe telefonou do Pronto-Socorro. Sua neta, Robin, de apenas seis anos, tinha caído de um brinquedo, no pátio da escola, e havia ferido gravemente a boca. A avó foi buscar as irmãs de Robin na escola e passou uma tarde agitada e muito tensa, cuidando das crianças, enquanto aguardava que a filha retornasse com a menina machucada. 
Quando finalmente chegaram, as irmãs menores de Robin correram para os braços da mãe. Robin entrou silenciosa na casa e foi se sentar na grande poltrona da sala de estar. O médico havia suturado a boca da menina com oito pontos internos e seis externos. O rosto estava inchado, a fisionomia estava modificada e os fios dos cabelos compridos estavam grudados com sangue seco. A garotinha parecia frágil e desamparada. A avó se aproximou dela com o máximo cuidado. Conhecia a neta, sempre tímida e reservada. 
– "Você deseja alguma coisa, querida?", perguntou. Os olhos da menina fitaram a avó firmemente e ela respondeu: 
– "Quero um abraço". 
Quando o coração está dilacerado, quando a alma está cheia de curativos para disfarçar as lesões afetivas, gostamos e precisamos que alguém nos conforte. E você? Já abraçou alguém hoje?